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porIrene Maluf

Agressividade Infantil

A agressividade é um sentimento natural e comportamentos agressivos são relativamente comuns entre as crianças de 1 a 3 anos, pois estas ainda não aprenderam a controlar seus sentimentos e reações, especialmente a frustração e a raiva que deles decorrem.

Entretanto, ninguém aprende sozinho a dominar sua agressividade: é preciso que os pais e os profissionais da educação que lidam com essa faixa etária estejam atentos, observando constantemente a maneira como os pequenos começam a se relacionar com coleguinhas e com os adultos.

E também, é claro, é importante que pais e professores se prepararem para interferir quando as mordidas, os arranhões e os tapas aparecerem no grupo.

Demonstrações de força física, entre crianças dessa faixa etária, são ações esperadas uma vez ou outra.

Entretanto, se essa conduta está presente no dia a dia, como única forma infantil de demonstrar seus sentimentos de desagrado, raiva, ciúmes, ansiedade e até para chamar a atenção, de modo persistente e difícil de ser controlada, temos que buscar caminhos para ajudar a criança, pois algo não está bem com o seu desenvolvimento.

Na medida em que o tempo passa, as consequências vão surgindo, tais como uma grande dificuldade de lidar de maneira adequada com as outras pessoas em todos os ambientes.

Sua socialização vai se tornando cada vez mais empobrecida, permeada de múltiplos problemas de relacionamento e, decorrente a isso, sua autoestima fica diminuída e frequentemente até sua escolaridade é prejudicada.

Algumas vezes, este comportamento é resultado de uma disciplina familiar excessivamente severa ou, ao contrário, muito negligente. Ainda, pode ser consequência da vivência diária da violência familiar.

O que fazer em casa e na escola para desde bem cedo ensinar os pequenos a demonstrar de uma forma menos violenta os seus sentimentos de desagrado?

Primeiro, quando o bebê começar a bater no rosto dos pais, lembrar-se de que isso pode parecer engraçado da primeira vez, mas que, por conta dessa atitude, toda criança vai entendê-la como de atenção e aprovação e, com isso, ela perseverará nesse hábito agressivo e desagradável.

Espera-se que o adulto, em vez de rir, diga “não” de forma firme (mas calma) e segure as suas mãozinhas, de modo que ela perceba o seu desagrado.

O ideal para modificar esse hábito é tentar conter a conduta agressiva antes de começar. As crianças agem dessa forma quando querem chamar a atenção e quando estão frustradas: portanto, já se tem um indício de quando poderá iniciar esse comportamento.

Se já souber falar, é importante explicar-lhe que tapas, mordidas e arranhões machucam as pessoas, que elas não gostam disso e vão se afastar dela.

Dizer: “Dói quando você me bate ou dói quando você me morde”. Se a criança persistir, mostrar seu desagrado, colocando-a no berço ou chão se já caminhar.

Evite deixar seu filho ou aluno machucar o amigo ou o irmão. No caso de isso acontecer, separe as crianças e atenda primeiro o que foi ofendido.

Isso mostra ao brigão que ele perde sua atenção quando age agressivamente.

Nunca revide no lugar da vítima e nem a estimule para que o faça, pois você estará passando a ideia de que a agressividade é permitida como revide, criando um círculo vicioso.

No lugar disso, quando a situação é repetitiva, eleja uma consequência negativa: não dar atenção por alguns minutos sempre ensina muito mais do que gritos ou palmadas.

Mas se apesar de seus esforços o comportamento agressivo persistir, é melhor procurar um especialista ou o recomendar aos pais se você for o(a) professor(a) da criança.

A experiência vem mostrando que, crianças pequenas que não são ensinadas desde cedo a conter seus ímpetos agressivos, tendem a continuar com esse comportamento ao longo da infância e da adolescência, o que as leva a ser rejeitadas pelos colegas de classe e a se juntar a grupos em que a violência é aceita como regra.

Isso vai gerar um problema de conduta antissocial de proporções e consequências negativas e muito graves.

porIrene Maluf

Adoção: aprendizagem e humanidade

“Na verdade, todas as crianças precisam ser adotadas para se tornarem filhos, porque a filiação somente acontece através dos vínculos afetivos, ou seja, pela adoção. Assim sendo, todos os filhos precisam ser adotivos, mesmo os biológicos, ou não serão filhos de fato. Os pais que não adotam as suas crianças afetivamente, são apenas genitores”.

Suzana Schettini

 

Um importante movimento de tomada de consciência sobre antigos preconceitos e tabus, se estendeu no século XX, a uma das áreas mais sensíveis para as famílias que por algum motivo não podem gerar filhos: a adoção.

Antes de um ato de solidariedade e cumprimento de uma determinação social, uma exigência quase global de se criar uma prole, ter herdeiros e dar continuidade ao nome de família, a adoção passa pelo acolhimento afetivo e o desejo de se amar incondicionalmente uma criança, independentemente de sua carga genética, origem, vantagens imediatas ou desvantagens a curto e longo prazo que possa trazer à família que a recebe.

Idéias pré-concebidas de que necessariamente o adotado é uma criança de “segunda classe”, que “trará problemas” e “jamais será como um filho biológico”, caíram por terra frente às pesquisas cientificamente realizadas no exterior e no Brasil e às declarações de famílias adotantes e filhos adotados que ora se apresentam a público, sem qualquer resquício do antigo receio de se expor.

Recém nascidos trazem, além de uma herança biológica, as experiências percebidas desde o útero materno. Especialmente no caso de crianças abandonadas, é provável que tais vivências tenham sido mais desfavoráveis, menos agradáveis, pois as agressões decorrentes das prováveis tentativas de aborto, da rejeição antes mesmo do nascimento, do abandono e a negligencia, as privações, deixam marcas profundas.

Porém, se acolhidas por um pai e uma mãe afetuosos e bons cuidadores, que lhe ofereçam, além de teto e alimento, amor, respeito e educação, essas suas questões iniciais vão sendo diluídas e tornam-se pouco significativas no seu desenvolvimento global.

Prejuízos cognitivos, físicos e afetivos podem aparecer também entre os filhos gerados biologicamente já que ninguém está totalmente livre se esquivar de doenças familiares ou congênitas, de má formações inesperadas e de acidentes pré , peri e pós natais, de anomalias de toda ordem que podem surgir até mesmo em famílias totalmente sadias.

Um outro ponto importante é lembrarmos que o tempo pesa negativamente contra aquelas crianças que ficam por anos à espera de quem as venha adotar: não só porque as condições de vida e aprendizagem dentro de uma Instituição, por melhor que essa seja, não correspondem às necessidades reais de toda criança, mas também porque, por puro preconceito e ignorância, as pessoas que desejam um filho, geralmente o querem pequenino, de pele e olhos clarinhos. E isso em um país onde a população na sua grande maioria não tem essas características físicas e onde grande parte das crianças disponíveis para adoção legal já passou da idade das fraldas e por vezes em muitos anos!

A adoção de um filho, presta-se principalmente a fazer valer os direitos e as necessidades do adotado e não do adotante, da mesma forma que o filho biológico vem antes para ser cuidado do que para preencher um lugar social, ou ser uma realização de anseios pessoais paternos, familiares e até para ser herdeiro. Estamos no século XXI e o tempo em que os sucessores eram indispensáveis para garantir poder, recursos financeiros ou aceitação social, já se encontra apenas nos livros de História Geral!

Ter um filho, é muito mais que o gerar biologicamente: é o fazer nascer do amor, crescer entre os que o desejaram e amaram antes mesmo de ver seu rosto ou conhecer suas características físicas e independentemente de ter ou não ter uma particularidade qualquer.

Lembremos que a nossa semelhança com todos os nossos filhos pode e deve ser ressignificada antes na afetividade do que nos traços fisionômicos, nos comportamentos e valores (que só a boa educação perpetua) do que no reconhecimento familiar trazido pelo código genético. E, principalmente, deve ser cunhada na certeza de que antes da razão, é o amor, a emoção e a capacidade de se doar, de adotar, que nos torna de fato humanos.

 

 

porIrene Maluf

Os filhos do divórcio

O número de casais que se separam atualmente  é sem dúvida muito expressivo e isso pode ser constatado também nas escolas, onde é comum  vermos crianças relatando que viajarão para a casa do pai nas férias, que vão à casa da mãe no próximo final de semana, que ganharão irmão quando a mãe se casar com o novo namorado pois este  trará seu filho para morar com eles, etc

Se há trinta ou quarenta anos atrás, era um fato constrangedor ser filho/filha de pais separados e de um segundo casamento quando ainda não havia divórcio ou mesmo, ser a segunda esposa em uma época em que as aparências  gritavam mais forte que o desejo e o direito de ser feliz, hoje  a maioria das pessoas adultas compreende e apóia  a nova configuração familiar, desde que esta mantenha valores éticos e morais na sua conduta e na educação dos filhos. A situação das novas famílias, criadas após a regulamentação do divórcio e os novos casamentos, nos trouxe uma revisão de conceito de família e em geral uma aceitação mais humana e menos crítica das novas opções de vida que as pessoas escolhem para si e para seus filhos.

Entretanto, nem por isso, a separação do casal passou a  ser um momento menos doloroso para eles próprios e seus filhos não deixaram de sentir as mudanças que trazem inevitavelmente o morar sem um dos pais. Talvez mais acostumados a ver seus coleguinhas em idêntica situação, as crianças aceitem atualmente com mais naturalidade as suas novas condições de vida, na certeza de que sobreviverão e que continuarão a ter pai e mãe, mesmo morando em casas separadas. Mas, os primeiros meses não costumam ser fáceis mesmo para quem já se habituou a acompanhar situações  similares e nem  para quem até quisesse ver os pais pararem finalmente de brigar. Além das diferenças individuais e das condições que precedem o divórcio, em cada faixa etária,  as crianças recebam de modo diverso o rompimento familiar e  freqüentemente as conseqüências  aparecem no seu rendimento escolar.

De modo geral, se a separação do casal ocorre durante a gravidez ou no pós parto, é certo que o bebê  não terá noção do que ocorreu, mas poderá sofrer  com o resultado de uma  possível depressão da mãe, da qual ele não prescinde o convívio,  a atenção , os cuidados e a qualidade destes dependem do  estado de ânimo materno. Crianças de até três anos, que ainda não tem meios de compreender claramente a situação, tendem a passar por um período de lamentações, podem parecer regredir e se tornarem mais manhosos. Muitas, por se sentirem ameaçadas, passam a apresentar comportamentos agressivos, que antes nunca haviam demonstrado tanto em casa como na pré escola.

Após essa idade e até os seis anos, as crianças vão adquirindo maiores noções da realidade e já é possível conversar com elas, o que minimiza sua insegurança e medo de ser abandonado ou esquecido, apesar de que é comum voltarem a sofrer de enurese, terem pesadelos noturnos, ficarem com sentimentos de culpa e passarem a ser muito obedientes julgando que assim o pai/mãe que saiu de casa retornará .Podem ao contrário se  tornarem agressivos, rebeldes,passarem a tentar enganar a si próprios e aos demais dizendo por exemplo à professora e aos coleguinhas que os pais continuam juntos e felizes.

Dos seis aos nove anos, é freqüente que após um período de tristeza, passem a desenvolver fantasias de reconciliação, ao mesmo tempo que sofrem com sentimentos antagônicos de raiva  e saudades do pai que saiu de casa, ampliados pelos conflitos conjugais e as brigas pós separação, que acabam por provocar confusão entre o amor devido aos pais e o sentimento de lealdade àquele que mais perdeu com o rompimento. Em algumas famílias, as questões financeiras ou a falta da presença rotineira do pai ou da mãe, coloca as crianças na posição de cuidadores dos irmãos, o que é uma responsabilidade muito acima de suas reais possibilidades e que acarreta prejuízos na aprendizagem na maioria dos casos semelhantes.

Entre os nove e doze anos é comum ainda se assistir às tentativas infantis de reconciliar os pais logo após a separação, mas como já têm outros interesses pessoais, a raiva , a confusão de sentimentos e o senso de realidade começam gradativamente a dar lugar a  uma aceitação mais tranquila da nova situação.

Em geral, se a família se separa quando os filhos são adolescentes e estes foram educados dentro de normas claras, com respeito aos pais e com responsabilidade pessoal e familiar, tenderão, apesar de sentirem a mágoa da separação, a ter um comportamento cada vez mais imparcial, amadurecido, aceitando os fatos e colaborando no que for  possível com todos. Mas condutas anti-sociais também se revelam fortemente nessa faixa etária, quando  o processo de separação é por demais violento, quando o jovem não percebe ainda seu papel e deveres com a  família  e principalmente quando uma educação sem limites ou valores morais, começa  a dar mostras de seu resultado, independentemente de haver ou não  harmonia no lar.

O divórcio das famílias é uma experiência  que sempre deixa marcas profundas, pois no mínimo significa para o casal um projeto de vida que fracassou e do qual os filhos foram mais do que simples expectadores. Mas desse momento de fragilidade, com sabedoria, pode-se tirar lições importantes para o futuro e ainda ajudar os filhos a superarem essa fase, saindo dela mais  fortalecidos , equilibrados e preparados para enfrentar a própria vida.

porIrene Maluf

“Meu filho não mente”…será?

É sem dúvida muito importante que os pais confiem nos filhos e demonstrem possuir esse sentimento em relação a eles. Afinal se os próprios familiares não depositarem sua confiança em quem criaram, então, pouca chance terão essas crianças e jovens de acreditarem em si mesmos, um dia.

É certo também, que ninguém gosta de admitir que o filho mente, e por isso é freqüente que os pais fiquem muito desapontados quando percebem que este não disse a verdade ou toda a verdade. Alguns se protegem dessa frustração dizendo que a criança é muito criativa, inventiva, cheio de imaginação. Mas admitir que o filho seja mentiroso é muito difícil, pelo menos publicamente , para a grande maioria dos pais.

Entretanto, há alguns fatos que todos os familiares devem saber para não passarem por ingênuos e nem serem usados pelos filhos em situações enganosas, nas quais a criança e o jovem sendo sua própria vítima.

Em primeiro lugar, é bom lembrar que mentir não é sempre o contrario de dizer a verdade. Mentir é distorcer propositadamente ou não os fatos, quer porque a idade cronológica não permite que a criança distinga perfeitamente a sua fantasia mental e a realidade do mundo externo, quer por que tem medo da represália paterna ou porque quer ostentar algo perante os demais .

A razão pela qual não se considera mentira o que as crianças com menos de 5 anos contam é que a imaginação infantil tem forte ligação com as emoções que a realidade desperta nela e elas reagem aos sentimentos falando coisas que nem sempre tem relação com o ocorrido. Confundem a fantasia interna com os fatos da realidade e não tem ainda controle sobre isso.

É por volta dos 6 anos, que a fantasia infantil começa a dar lugar a um pensamento mais concreto, e cada vez mais próximo do pensamento do adulto e começam a ter condições de distinguir de forma gradativa a fantasia do que é real .

Em segundo lugar, há crianças que mentem buscando compensar alguma coisa que acreditam ter a menos do que os outros. É quando inventam por exemplo que a família tem muito dinheiro, que foi o melhor da classe em tal campeonato, que tem vários irmãos e, na realidade, nada disso acontece.

Também, se a criança não teve acesso a modelos familiares bem delineados, em relação a por exemplo, falar sempre coisas que “combinam” com a realidade , ou seja, pais que não enfatizam a verdade , quer por serem muito permissivos ou até darem modelos contraditórios de comportamento, ela aprenderá que mentir não é um problema, mas uma forma alternativa de evitar enfrentar situações desagradáveis ou problemáticas.É o caso de sugerir a filho que diga ao professor que ficou doente e por isso na fez a lição quando na verdade não fez porque não quis ou foi passear, etc. Essa é a chamada de “mentira utilitária”, onde há uma vantagem a curto prazo em se enganar os outros.

Cabe aos familiares fazer com que as crianças percebam as vantagens de conquistar a sua confiança,percebam que é bom falar sempre a verdade, mostrando o quanto se é valorizado socialmente por essa atitude. Com carinho, equilíbrio ,diálogo e exemplos se ensina que dizer a verdade é o certo, e que a fantasia também tem seu lugar reservado, mas que o real não pode ser omitido. A intolerância e pouca compreensão do adulto, em pouco ajudam nesse assunto, pois castigar a criança por ter mentido não resolve a situação nem evita que ela se repita. O melhor é chamar a atenção do pequeno que mente, mas não insistir ou exagerar na importância do assunto.

Admitir que a criança pode estar mentindo e procurar ir atrás das razões desse comportamento, pode trazer grandes benefícios à sua formação e é algo que os pais não podem deixar de fazer, por mais que se sintam tentados a defender sua criança. Na verdade, protege o filho, quem o ensina a viver com a sua realidade, seus recursos e incentiva que crie novos meios de vencer as adversidades, as dificuldades, se tornando forte, coisa que a mentira não faz em idade alguma.

Irene Maluf

porIrene Maluf

Preocupações Com a Escola

Ao final do 3º bimestre de cada ano, quem tem filhos em idade escolar começa a ficar paulatinamente mais preocupado com a questão das avaliações, pois um boletim repleto de notas abaixo da média, já pode sinalizar a possibilidade real de retenção. E como ninguém deseja que o filho repita a série, todas as possibilidades cabíveis para “salvar o ano” começam a surgir nas conversas familiares. Afinal, o que fazer?Colocar a criança ou o jovem em uma série de aulas de reforço?Aumentar as exigências, diminuir as horas de lazer? Dar castigos, fazer promessas de presentes, viagens ou ameaçar de retirar tudo isso?

Apesar de todo mundo saber que esse problema pode ser evitado se a questão for administrada desde o primeiro mês de aulas, existe uma tendência para dar aos filhos o chamado “voto de confiança” ou seja, atender ao desejo da criança para gerenciar por si o resultado de seu empenho nos estudos. Como esse pedido vem normalmente acompanhado de promessas aos pais de que farão de tudo para não os decepcionar e estes, vendo tamanha demonstração daquilo que julgam ser um sinal de responsabilidade, quase sempre acreditam e cedem. De fato, em muitos casos, a criança e o adolescente não estão mentindo, ou tentando conseguir menos pressão familiar sobre seu trabalho escolar, mas convenhamos que todo adulto sabe que é preciso maturidade e autocontrole para ser conseguir seguir um planejamento a longo prazo.

Acontece que quanto mais nova a criança, mais ela precisa de modelos, de orientações, normas claras e principalmente, de permanente supervisão de seu trabalho escolar, para moldar seu comportamento e gradativamente adquirir recursos internos de organização, que lhe permitirão desempenhar a contento as exigências escolares: fazer e cumprir uma agenda diária,estudar em local e modo adequado e respeitar horários pré estabelecidos para estudo, fazer e entregar tarefas no prazo, se preparar devidamente para as provas, procurar ajuda caso precise e no momento em que surgirem dúvidas, etc.

Isso sem contar com a manutenção da motivação que depende em muito do apoio da família, dos professores, dos resultados de todo esse esforço e inclusive de maturidade do sistema nervoso. Tarefas dessa grandeza só são assimiladas depois de alguns anos de treino supervisionado e mesmo assim, mesmo quando já adolescentes, responsáveis e capazes de gerenciar sua vida acadêmica, ainda necessitam que os pais conversem rotineiramente com eles sobre essas questões, pois a multiplicidade de estimulações da atualidade representam um distrativo muito forte mesmo para os melhores alunos.

Mas o que fazer se a criança não teve esse tipo de aprendizado ao longo da sua escolaridade?Correr e achar professores particulares pode ser uma solução paliativa que trás resultados se as dificuldades forem pontuais, em um assunto ou até mesmo disciplina.

Mas se apesar dos reforços escolares e de um acompanhamento particular, as notas permanecerem baixas ou o desinteresse da criança persistir, o mais indicado é buscar ajuda com um profissional, preferencialmente um psicopedagogo, que irá buscar as causas do problema e estabelecer uma rotina de estudos mais personalizada para a criança. Um número muito grande de alunos nessa situação tem dificuldades de aprendizagem e por si mesmos não conseguirão superá-los.

Enganam-se os pais, que ao verem o filho demonstrar inteligência e competência para jogos por exemplo, pensam que se trata de preguiça e má vontade o mau desempenho da criança na escola. Crianças com dificuldades de aprendizagem respondem por um grupo enorme de causas e sintomas, que podem refletir baixa motivação, problemas emocionais, falta de conhecimentos prévios, má adaptação ao método de ensino da escola, problemas de socialização, mas todas são inteligentes e seus problemas se refletem apenas na aprendizagem formal , pelo tipo peculiar de exigência que essa promove.

Mais importante que solucionar as notas baixas no 3º bimestre, é resolver a causa desse problema, que entre outras coisas afeta a auto estima das crianças e a harmonia familiar.

Irene Maluf