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Como ajudar seu filho com problemas na aprendizagem

porIrene Maluf

Como ajudar seu filho com problemas na aprendizagem

Hoje é frequente as famílias matricularem suas crianças bem cedo na escola e por isso o desempenho infantil nas diferentes áreas do desenvolvimento começa a ser observado com mais cuidado, e precocemente se percebem problemas que antes passavam desapercebidos.

Muitas vantagens vieram com essa mudança, principalmente para cerca de 10% de toda população infantil que segundo se sabe, tem problemas de aprendizagem, os quais podem ser identificados mais facilmente na escola, pelos professores do que pela família, pois os profissionais da educação são preparados para tal tarefa durante anos de estudo.

Sabe-se também que quanto mais cedo se descobrir esse tipo de problema, mais prontamente, na grande maioria dos casos, se pode ajudar a criança a superá-lo ou diminuir suas consequências futuras: fracasso, problemas na socialização, diminuição da autoestima, fobia e evasão escolar.

Entretanto, como a responsabilidade maior pela educação de uma criança cabe aos seus pais e estes têm direito de querer não apenas ajudar o filho, mas de garantir que os professores estão corretos na sua avaliação, é natural que desejem conhecer alguns dos sinais indicadores mais importantes que sugerem a presença de uma Dificuldade ou até da probabilidade do Transtorno de Aprendizagem, que pode posteriormente, no ensino Fundamental I, se apresentar.

As Dificuldades de Aprendizagem, são muito mais comuns do que os Transtornos. Têm como causa em geral os fatos que ocorreram na vida da criança (como doenças, luto, ausências ou mudança de escola, de casa, etc.) ou com sua família (separação dos pais, brigas frequentes, enfermidades, problemas financeiros, etc.). Aparecem em qualquer fase, desde a pré escola até a idade adulta. Com ajuda da escola e da família e as vezes de um profissional, a criança as supera totalmente.

Os Transtornos de Aprendizagem, são mais raros e sérios, pois embora as crianças sejam inteligentes, envolvem questões neurológicas e crônicas. O diagnóstico é realizado por volta dos 8 ou 9 anos de idade, por neurologistas, e necessariamente precisarão de ajuda especializada, como psicopedagogos e fonoaudiólogos. São exemplos a Dislexia e a Discalculia. 

Por esses motivos é importante observar em casa e acompanhar junto à professora da pré escola se seu filho apresenta com frequência estes comportamentos que denotam Dificuldades de Aprendizagem: 


COMPORTAMENTOS INDICATIVOS DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM, OBSERVADOS ATÉ OS 6 ANOS DE IDADE

SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA SEREM FEITAS EM CASA   E AJUDAR A CRIANÇA

PROVÁVEIS CONSEQUÊNCIAS PARA A APRENDIZAGEM, CASO A DIFICULDADE NÃO SEJA ELIMINADA OU MUITO DIMINUÍDA

LINGUAGEMSua aquisição de vocabulário é lenta e ao falar comete muito erros de articulação.Impaciência constante ouvir alguém lendo histórias.

Leitura diária de histórias em voz alta todos os dias; nomear corretamente as coisas; não atenda pedidos feitos por gestos.Para impacientes leia poesias, músicas, etc. 

Atraso na aprendizagem da leitura e escrita; compreensão pobre de textos, dificuldade adquirir vocabulário adequado, pouca participação oral na classe, etc

MOTRICIDADE Apresenta movimentos desajeitados, cai muito, tem dificuldade em adquirir habilidades de autonomia como, fazer higiene pessoal, se vestir, etc.
Ensinar gradativamente a criança a praticar essas atividades sozinho, com supervisãoProblemas com a preensão do lápis e caligrafia de difícil compreensão, lenta, cansaço constante ao escrever, etc.

ATENÇÃODificuldade para permanecer sentado como os pares ou ficar correndo sem objetivo. Começa e larga tarefas, etc.
Jogos, atividades como jogo dos 7 erros, labirintos, etc.Criança inconstante, impulsiva, que não planeja, não percebe detalhes, erra por distração, não se controla,etc.

MEMÓRIAMuita dificuldade para seguir rotinas; aprender ordens, sequências como dias da semana, alfabeto, números, etc.
Jogos, atividades da vida diária com ordens corriqueiras “pegue os guardanapos e ponha na mesa”; e acrescer mais uma ordem dia a dia, etc. Fraca organização para lembrar fatos e estudar já que a memória é indispensável para o aprendizado.
NOÇÕES DE ESPAÇODificuldades para aprender as noções de esquerda direita, acima abaixo, mesmo após o treino.Uso de Brincadeiras e jogos que utilizem essas noções: pôr a mão direita no olho direito, etc.Desorganização espaço temporal: prejuízo na aprendizagem da matemática que não permite o bom desenvolvimento de estratégias e também leva a rejeição no grupo pois nos jogos essa habilidade é importante.

As crianças não precisam apresentar todos os comportamentos de presença de dificuldades acima descritas, bastando um ou dois deles como sinal de alerta.

Se mesmo com ajuda da professora e da família a criança não apresentar progressos, não superar as dificuldades, um profissional deverá ser consultado pois as prováveis e frequentes consequências, são para toda vida escolar!

Sobre o Autor

Irene Maluf editor

Pedagoga; Especialista em Educação Especial; Psicopedagogia e Neuroaprendizagem. Foi presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia -ABPp (triênio 2005/07) e Editora da Revista Psicopedagogia (2003 a 2016); Atualmente é membro do Conselho Vitalício e da Diretoria Executiva da ABPp além de participar do Conselho Executivo da Revista Psicopedagogia.Organizadora, co-organizadora e co-autora em diversas publicações no Brasil e Exterior e autora de artigos na área da Psicopedagogia e Neuroaprendizagem em livros e revistas nacionais e internacionais.Palestrante em cursos e congressos no Brasil e no exterior. Sócia-Honorária da Associação Portuguesa de Psicopedagogos (2003). Trabalha em consultório de psicopedag ogia desde 1976, com experiência na área de Educação Regular e Especial, ênfase em Psicopedagogia e Neuroaprendizagem. Participa de grupos multidisciplinares .Perita Judicial . Diretora do Núcleo de Aperfeiçoamento Profissional em Psicopedagogia e Neuroaprendizagem Irene Maluf. É Coordenadora Pedagógica dos cursos de pós graduação Lato Sensu do Instituto Saber Cultura/FTP- Núcleos Sul e Sudeste Brasileiro- em Neuroaprendizagem, Transtornos do Aprender, Psicomotricidade, Cognição e Psicopedagogia, desde 2009 e do Mestrado em Ciencias da Educação da FTP/Unades.

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