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Conversando com os pais sobre as dificuldades escolares

porIrene Maluf

Conversando com os pais sobre as dificuldades escolares

Na época em que se inicia o 2º semestre letivo, alguns pais se preocupam com o baixo aproveitamento acadêmico e o pouco interesse pelos estudos, apresentado pelos filhos. E nada mais aflitivo, pois as dificuldades que se apresentam logo no início do semestre, podem sinalizar um comprometimento não apenas deste ano escolar, mas de todo o aprendizado futuro.

Sabemos que a escolaridade é baseada na aquisição de uma sequência interdependente e organizada de conhecimentos e valores e que uma dificuldade de hoje, provavelmente vai provocar mais adiante, empecilhos para superar novos desafios.

Existem crianças e jovens que apresentam significativos déficits de aprendizagem, como dislexia, discalculia, etc. e existem aquelas cujas dificuldades de aprender são mais sutis pois se devem a fatores ambientais ou a pequenas perturbações de ordem clínica, remediáveis e que devidamente tratadas trazem uma diferença muito grande na escolaridade, na autoestima e no futuro profissional.

Se os pais reconhecem que seu filho, está entre o grupo de crianças inteligentes, saudáveis, sem grandes transtornos de aprendizagem, mas que parece sempre desanimado, sem motivação, com dificuldades aparentemente infundadas nas tarefas escolares, vale a pena não esquecer destas simples sugestões:

 

  1. Procurar anualmente o pediatra para ver se a saúde da criança e seu desenvolvimento estão adequados, mesmo quando esta parece saudável e forte. Somente um médico pode fazer essa avaliação.
  2. Procurar um oftalmologista, a partir dos três anos de idade ou antes se houverem problemas visuais na família: quantas crianças vão mal na escola por serem míopes, ou astigmáticas por exemplo e não conseguirem por isso ler o que a professora escreve na lousa! O uso de óculos pelas crianças hoje, é fato corriqueiro, melhora sua qualidade de vida e lhes permite um desenvolvimento adequado em várias áreas, especialmente nos estudos.
  3. Um otorrinolaringologista, apesar do nome comprido é um especialista que corriqueiramente é visitado pela maioria dos pais, cujos filhos pequeninos sofrem de dor de ouvido, garganta e depois que estes crescem e essas queixas se tornam mais espaçadas , se esquecem de que o aparelho auditivo pode estar sofrendo outro tipo de prejuízos, indolores , silenciosos mas graves. Esse médico pode indicar exames para saber se a criança ouve bem ou não, o que constitui uma outra razão, muito séria, para o insucesso escolar.
  4. Crianças muito agitadas, que tanto em casa como na escola não conseguem ficar sentados ou fixar a atenção por um tempo razoável para sua idade em atividades ligadas ao estudo, ou crianças cujo comportamento é por vezes muito eufórico, ou ao contrário parece frequentemente triste, isolada, sem ânimo para nada, que demora para fazer coisas que os irmãos fazem com presteza na mesma fase ( andar de bicicleta aos 5 anos por exemplo) devem ser levadas a um neurologista infantil. Tudo que é diagnosticado de princípio é muito mais facilmente compensado ou resolvido, do que mais tarde, quando o comportamento está mais arraigado e a autoestima muito enfraquecida, pelos inúmeros momentos em que a criança foi rejeitada, criticada e castigada.

Em todos esses casos, uma conversa com a orientadora e a professora devem também ser agendada, para os pais saberem se o que eles percebem ocorre também na escola e se esses experientes profissionais têm mais observações a acrescentar, para os orientar melhor a busca por um especialista fora da escola.

Uma aproximação serena e amorosa junto à criança para saber de suas dificuldades é outra fonte preciosa de informações para os pais: seu filho pode estar sendo vítima de Bullying, sentindo-se perseguido por colegas, rejeitado e amedrontado frente às ameaças, e dessa forma terá cada dia mesmo motivação para estudar e vontade de ir à escola!

São medidas práticas, simples e rotineiras, que afastam e previnem vários problemas na vida escolar e familiar de nossas crianças.

Como pai, mãe e professor, divulgue isso!

 

Sobre o Autor

Irene Maluf editor

Pedagoga; Especialista em Educação Especial; Psicopedagogia e Neuroaprendizagem. Foi presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia -ABPp (triênio 2005/07) e Editora da Revista Psicopedagogia (2003 a 2016); Atualmente é membro do Conselho Vitalício e da Diretoria Executiva da ABPp além de participar do Conselho Executivo da Revista Psicopedagogia.Organizadora, co-organizadora e co-autora em diversas publicações no Brasil e Exterior e autora de artigos na área da Psicopedagogia e Neuroaprendizagem em livros e revistas nacionais e internacionais.Palestrante em cursos e congressos no Brasil e no exterior. Sócia-Honorária da Associação Portuguesa de Psicopedagogos (2003). Trabalha em consultório de psicopedag ogia desde 1976, com experiência na área de Educação Regular e Especial, ênfase em Psicopedagogia e Neuroaprendizagem. Participa de grupos multidisciplinares .Perita Judicial . Diretora do Núcleo de Aperfeiçoamento Profissional em Psicopedagogia e Neuroaprendizagem Irene Maluf. É Coordenadora Pedagógica dos cursos de pós graduação Lato Sensu do Instituto Saber Cultura/FTP- Núcleos Sul e Sudeste Brasileiro- em Neuroaprendizagem, Transtornos do Aprender, Psicomotricidade, Cognição e Psicopedagogia, desde 2009 e do Mestrado em Ciencias da Educação da FTP/Unades.

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