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Arquivo anual 2019

porIrene Maluf

Uma nova forma de ensinar

A Finlândia quer ser o primeiro país do mundo a abolir completamente a tradicional divisão do conteúdo escolar em “Matérias” e adotar em todas as suas escolas o ensino por “Tópicos” multidisciplinares (ou “Fenômenos”, conforme a terminologia adotada pelos educadores finlandeses). A grosso modo, pode-se dizer que se trata simultaneamente de uma combinação diferenciada entre uma nova forma de dividir as disciplinas escolares com uma abordagem multidisciplinar dentro da sala de aula. Ou seja, não se adotam os conteúdos escolares repartidos em disciplinas tradicionais e nem as aulas são planejadas e ministradas por um único professor especialista.

“Cada aula passa a ser esboçada e desenvolvida não segundo as diretrizes de uma disciplina (biologia, por exemplo) mas segundo um tópico, um assunto, um “fenômeno”, (“o aquecimento global” por exemplo) por três ou mais professores que abordam o tema de acordo com sua especialidade (biologia, química, física, geografia e etc)”, explica Irene Maluf, especialista em psicopedagogia, educação especial e neuroaprendizagem.

Na Finlândia, tal sistema tem mostrado ser uma forma muito eficaz em consonância com aquilo que eles já tem solidificado em questão de educação: sem dúvida estão muito mais desenvolvidos que qualquer outro pais nesse quesito. O resultado é tão bom que hoje o plano é passar em breve a oferecer dois períodos de ensino multidisciplinar baseado em “Fenômenos”por ano. “É uma forma interessante, motivadora de aprendizagem multidisciplinar que está de acordo com a maneira como as crianças e jovens da contemporaneidade se aproximam do conhecimento. Traz a escola para a século XXI”, explica Irene.

No Brasil, um método assim daria certo? Segundo Irene Maluf esse tipo de experiência não pode ser replicada sem muita reflexão , sem fundamentos que a justifiquem. Não se trata de mais um modismo, mas de uma abordagem pedagógica diferenciada, uma verdadeira mudança no sistema educacional, inclusive de acordo com os princípios da neurociência aplicada a educação.

É indispensável olhar o contexto, as demandas, a realidade, as necessidades reais de caso, principalmente em um país de tantas diferenças regionais como o nosso, para se compreender porque uma mudança dessa monta pode dar certo na Finlândia e ser um desastre se copiada em outros pais.
“Há condições indispensáveis que levaram tal processo ser bem sucedido na Finlândia, como a excelência na formação dos professores, a priorização de recursos e as próprias particularidades do ensino desse pais, sua cultura, etc. Para o aplicar no Brasil seria preciso antes de mais nada planejamento, orientação e preparo dos professores “.

Tornar-se a primeira potência mundial em educação não foi um milagre que simplesmente ocorreu na Finlândia e nem uma posição alcançada sem esforço pelos finlandeses. Eles privilegiaram a formação acadêmica de seus professores, com nível pelo menos de mestrado para poderem lecionar em qualquer grau. E os professores gozam de grande autonomia ao ensinar: existe é claro um programa a cumprir, mas cada professor decide como e quando vai ministrar os conteúdos, de acordo com o perfil de sua turma. “São os profissionais mais respeitados do país assim como os cursos ligados à educação são os mais procurados pelo reconhecimento que geram. Os pais levam os filhos a bibliotecas nos finais de semana e lá não existe a possibilidade de terceirizar a responsabilidade pela educação das crianças”.

Os jovens levam a educação a sério, pois sabem que é só através dela que podem alcançar um bom padrão de vida futuramente”, completa a especialista.

porIrene Maluf

Transtorno Bipolar na Infância

A infância é uma época estratégica da vida do ser humano. É quando se dá um grande desenvolvimento físico, psicológico e mental, concomitantemente ao aprendizado básico indispensável para todos os que se seguirão por toda vida.

A relevância da observação dos comportamentos e aquisições intelectuais da criança e do adolescente feita por pais e professores é imensa, mas não substitui uma avaliação médica e de especialistas em diferentes áreas, quando estes comportamentos fogem da freqüência e intensidade usuais.

Até alguns anos atrás, poucas eram as doenças mentais reconhecíveis na infância. Com o aumento das pesquisas e o incremento de estudos científicos, os diagnósticos de vários transtornos psiquiátricos em crianças e adolescentes tornaram-se possíveis e decorrentes dessa nova condição. Aparentemente, os casos se multiplicaram numericamente e se fizeram mais conhecidos pela população em geral.

Entre esses, o Transtorno do Déficit da Atenção, com ou sem hiperatividade (TDA/H) e o Transtorno do Humor Bipolar (THB) têm sido objeto de muitos estudos em vários países, pois ocasionam forte impacto sobre a vida escolar, pessoal, familiar e mais tarde profissional do paciente, especialmente quando não devidamente diagnosticados e tratados por equipes de profissionais especializados.

O TDA/H, hoje muito comentado em função da amplitude da divulgação na imprensa, é um exemplo. Conhecido dos médicos há várias décadas, com o advento das especializações, como por exemplo a psicopedagogia, passou a ser objeto de estudo multidisciplinar e os resultados dos tratamentos têm sido, em sua grande parte, de enorme valia, tanto para os pacientes, como para suas famílias e a sociedade.

Os prejuízos decorrentes da falta de diagnóstico e do acompanhamento médico e psicopedagógico vão do fracasso escolar à evasão, da baixa auto-estima à depressão, da rejeição do grupo ao isolamento, às drogas, à gravidez precoce, à promiscuidade sexual e marginalização, entre outras.

Infelizmente, a especulação por parte de alguns profissionais não credenciados para tal avaliação, ou ainda, diagnóstico feito por pessoas leigas, tem trazido mais problemas aos que já sofrem com esse transtorno. Generalizou-se, irresponsavelmente, por exemplo, chamar de TDA/H a toda e qualquer manifestação de inquietação, distração ou falta de limite que as crianças e jovens apresentem na escola ou em casa. Como conseqüência, casos em que o transtorno não existe de fato aparecem em toda parte, banalizando um problema sério e de grande repercussão sobre a vida dos pacientes reais e sua família. Estes falsos diagnósticos são geralmente feitos à base de “achismos” como o preenchimento de questionários ou testes sem qualquer base científica ou mesmo ao sabor das conveniências pessoais de alguns adultos, que pensam dela tirar proveito, seja para justificar uma educação deficiente em limites, normas e atenção à criança ou, ainda, a outros interesses particulares.

O Transtorno de Humor Bipolar em crianças é outro exemplo de doença psiquiátrica que exige seriedade no encaminhamento, pois, nessa faixa etária, a sua sintomatologia pode se apresentar de forma atípica.

Assim, ao invés da euforia seguida da depressão dos adultos, nas crianças surge a agressividade gratuita seguida de períodos de depressão. Nestas, o curso do Transtorno é também mais crônico do que episódico e sintomas mistos com depressão seguida de “tempestades afetivas”, são comuns. Além disso, a mudança é rápida e pode acontecer várias vezes dentro de um mesmo dia, como por exemplo: alterações bruscas de humor (de muito contente a muito irritado ou agressivo); notável troca dos seus padrões usuais de sono ou apetite; excesso de energia seguida de grande fadiga e falta de concentração. Esses são alguns sintomas que devem ser observados.

Os diagnósticos de transtornos da saúde mental são difíceis mesmo para os especialistas, pois é alta a prevalência de comorbidades, ou seja, o aparecimento de dois transtornos simultaneamente, o que exige conhecimento, experiência e observação minuciosa do médico e da equipe envolvida, como psicólogos e psicopedagogos.

É importante salientar ainda que estes transtornos afetam seriamente o desenvolvimento e o crescimento emocional dos pacientes, sendo associados a dificuldades escolares, comportamento de alto risco (como promiscuidade sexual e abuso de substâncias), dificuldades nas relações interpessoais, tentativas de suicídio, problemas legais, múltiplas hospitalizações,etc .

Os diagnósticos devem sempre ser realizados por médicos psiquiatras ou neurologistas em conjunto com psicopedagogos, que ao diagnosticarem e acompanharem a criança, se preocupam em dar também orientações à família e à escola.

Minimizar esses transtornos só piora suas conseqüências e prejudica o paciente. Somente especialistas podem afastar e esclarecer as dúvidas e não é exagero ser cuidadoso quando se trata da vida, saúde e futuro dos nossos filhos!

porIrene Maluf

Neurociência e Educação

Diferentemente dos outros animais, o filhote humano tão desprotegido ao nascer de recursos para sobreviver por si só, revela durante seu crescimento, interessantes aparatos neuropsicosociais que lhe permitem dominar com inegável competência de base neural, variáveis de autocontrole nas áreas tanto cognitiva quanto afetiva, o que tem grande importância na prática educacional e especificamente no diagnóstico e intervenção  psicopedagógica.

Entre muitos pesquisadores da atualidade, os médicos e os neurocientistas produzem importantes trabalhos onde apontam os componentes biológicos da aprendizagem e da expressão emocional e com sucesso descrevem as funções e integrações entre várias estruturas cerebrais, como por exemplo a do sistema límbico (o também denominado “cérebro emocional”), com o córtex frontal, região nobre do cérebro humano envolvida na razão, planejamento, pensamento abstrato e outras funções cognitivas complexas, além da função motora.

As pesquisas mostram entre outras tantas informações, que se interrompidas essas conexões entre o “cérebro emocional” e o córtex frontal, devido a situações de perigo que gerem medo, o pensamento e a ação do indivíduo são descontinuadas para priorizar o surgimento de uma reação corporal indispensável para a sobrevivência.

-E daí? -podem perguntar, que relação há entre a situação de um aluno em sala de aula com esse rompimento entre as duas funções cerebrais, causada pelo medo? Acontece que o medo é uma das seis emoções primárias ou universais (alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa e aversão), que surge não apenas quando nos sentimos fisicamente ameaçados, mas quando nossa situação de conforto, bem estar, segurança afetiva e social podem estar em risco, como no caso de crianças com baixa autoestima, com dificuldades de aprendizagem, com conflitos afetivos, que sofrem violências físicas e emocionais de toda ordem, atravessam um período de luto, etc.

Nesses contextos, é de se esperar que as emoções tenham um papel decisivo na educação formal, na capacidade de manter a atenção e de aprender. Tanto o comportamento social quanto o desempenho escolar podem ser  prejudicados pelos problemas afetivos, apesar de não haver uma perda nos aspectos cognitivos.

Os professores e os psicopedagogos, podem utilizar-se dos conhecimentos da neurociência para deles extrair respaldo para estabelecer novas estratégias de conduta profissional, que facilitem alcançar o sucesso em seu trabalho e assim promover uma condição facilitadora da aprendizagem de todos os alunos.

Reconhecer que o cérebro humano é a sede da emoção e da razão, não está mais em discussão entre os profissionais das diferentes áreas há várias décadas e menos ainda hoje, quando o podemos constatar através de múltiplas pesquisas  e com uso inclusive das neuro imagens. Mas a operacionalização, a aplicação desses conhecimentos na prática, sem dúvida ainda requer um longo trajeto de estudo e aprofundamento de todos nós que trabalhamos com a educação.

porIrene Maluf

Autonomia: aprendizado complexo

Vivenciar as frustrações desde a fase inicial da existência é importante para o desenvolvimento. Crianças superprotegidas tornam-se jovens que entram na vida adulta fragilizadas para enfrentar os desafios.

Criar um filho bem-sucedido, seguro de si mesmo, um líder admirado por todos é o desejo de qualquer pai. Mas uma longa construção, que começa no berço, é necessária para se atingir esse objetivo e muitos entraves estão no caminho.


A proteção excessiva é um dos maiores empecilhos e nem sempre é necessária uma dose exagerada de mimos, elogios ou amparo desmensurado para colocar tudo a perder. Amor, atenção, cuidados na dose certa, acompanhados de normas, hábitos sadios e responsabilidade, são o mapa do tesouro em educação. Como conseguir encontrar essa medida para cada filho é o desafio.

O pensamento mais comum entre as famílias condiz com a premissa de que poupar as crianças de vivenciarem problemas desde cedo, evitar dissabores, decepções, vai lhes proporcionar uma infância muito boa, memorável e sem “traumas”, palavra essa usada da forma mais popular e errônea possível. Julga-se que dar aos pequenos a chance de passarem por uma fase inicial da existência sem frustrações antes da chegada da vida adulta, quando certamente os problemas e responsabilidades virão por si mesmos, lhes deixará, além das lembranças, uma base afetiva que fará com que se sintam mais felizes e seguros.

Infelizmente, ocorre o contrário: como atletas sem treinos as crianças superprotegidas tornam-se jovens que entram na vida adulta fragilizados, despreparados para enfrentar desafios, derrotas e vitórias com responsabilidade. Ou seja, acontece que esse modo de levar a educação comprovadamente não resulta nos desejos familiares tão bem-intencionados, mas deságua em um mar de frustrações, pessoas inseguras, imaturas, insatisfeitas, pois não são gradativamente preparadas para os embates da vida nem para a concorrência normal que há no mundo profissional, onde as pessoas mais resistentes ás perdas mais assertivas e motivadas quase sempre ocupam os postos de liderança.

Tudo que é “super” merece, ao menos em educação, um olhar crítico em relação principalmente às consequências futuras. Superproteção é desnecessária e contraindicada porque prejudica, debilita. Superproteger não é sinônimo de amar e cuidar: está mais para desvitalizar, desmotivar, infantilizar e incapacitar. As consequências ultrapassam a própria vítima e atingem toda a família.

Outro ponto importante é que alguns pais tendem a enaltecer desmesuradamente qualquer coisa que os filhos façam com mínimo esforço, assim como satisfazem todos os desejos infantis, dando-lhes uma falsa ideia de poder, inadequado para o crescimento mentalmente saudável da criança.

Muitos pais confundem inteligência e extroversão com capacidade de ser responsável pelos próprios atos. Mesmo inteligente e sagaz, a criança tem limites próprios de sua etapa de desenvolvimento. Crianças só se sentem seguras quando têm um adulto que as oriente e as motive, impulsione, ensine a tomar conta de si mesmas, a serem responsáveis, terem confiança nos seus atos e decisões.

Adultos são responsáveis pelos filhos até que esses sejam maiores de idade, e dizer o contrário não muda a realidade das coisas: a negligencia, tão grave quanto a superproteção, é punida por lei; então, deixar os filhos fazerem o que desejam poderia ser enquadrado dessa forma.

As crianças precisam sentir que há alguém no comando, que cuida e que sabe o que é melhor para elas, mesmo que isso represente a perda de algum privilegio momentâneo. Ao tomarem decisões como adultos, estão na verdade tornando-se pequenos tiranos, coisa que não tem nada de positivo, e, pior, sentindo-se infelizes, pois percebem que seus pais não têm tempo nem dão valor e atenção a eles.

Crianças devem, na verdade, gradativamente aprender a decidir, na medida em que se tornem amadurecidas e capazes de responder pelas consequências de seus atos. Isso pode e deve acontecer desde muito cedo, pois o desenvolvimento da verdadeira autonomia é um processo longo que depende de vivências e experiências de várias ordens, mas necessariamente envolve responsabilidade pelos atos.

Autonomia é um aprendizado complexo, um processo que exige maturidade neurológica, emocional, treino social e apoio familiar. Incentivar, supervisionar, parabenizar são importantes para essa aquisição, pois geram autoestima, segurança e motivação.

Ser autônomo depende da capacidade de prescindir da dependência excessiva dos pais, assim com o do seu incentivo permanente para que se responsabilizem por pequenas tarefas que aos poucos vão se ampliando em complexidade: guardar os brinquedos, amarrar os tênis, escovar os dentes sozinho, arrumar o material escolar, fazer as lições, cuidar de algumas tarefas de casa, gerenciar mesada, escolher entre as opções dadas por seus pais, e principalmente responder por suas (pequenas) decisões etc.

Tornar-se mais flexível, capaz de se relacionar, se comunicar com as outras pessoas e fazer escolhas, desenvolve a sua autoestima, fator decisivo para o sucesso pessoal e profissional.

Só o desenvolvimento gradativo da autonomia na infância permite a construção de uma personalidade saudável e possibilitará o fortalecimento da capacidade de resolver conflitos ao longo da vida e alcançar sucesso pessoal, social e profissional.

porIrene Maluf

A Neurociência e a Arte

Quantas vezes, ao olhar para as notas escolares dos filhos, os pais dizem: “Pelo menos em Artes você conseguiu alcançar a média!”? E ao invés de estimularem a criança a continuar tendo sucesso nessa disciplina, a desencorajam! E fazem seu filho perder uma grande oportunidade de melhorar sua autoestima, desenvolver interesse pelos estudos e ambicionar se destacar também nas demais disciplinas.

Estudos científicos recentes têm provado que a prática de uma expressão da arte é importante, e até indispensável, para a educação das crianças, já que esta amplia a percepção, a afetividade, a memória, a capacidade atencional e de concentração, assim como o planejamento, organização e antecipação, expressão, além da imaginação, do sentido estético e da criatividade, que são pré-requisitos básicos e essenciais para o desenvolvimento harmônico de toda a escolaridade.

A música, por exemplo, é ligada à capacidade de aprendizagem da Matemática e está também intimamente relacionada ao desenvolvimento das funções da linguagem e da expressão verbal. Não é à toa que as crianças de todo o mundo passam seus anos pré-escolares aprendendo a cantar, a tocar algum instrumento, a dançar, desenhar e pintar: nosso cérebro requer tais atividades para revelar seu melhor potencial de aprendizagem. Por que, então, depois dessa fase, algumas pessoas deixam de dar crédito a essas atividades que estimulam todos os sentidos, seja auditivo, o tátil, o visual e o cinestésico? Isso sem falarmos das questões relacionadas à autoestima, principalmente das crianças portadoras de distúrbios de aprendizagem, que fortalecem, através do seu contato com a arte, a motivação catalisadora de condições neurológicas, que propiciam melhores condições de aproveitamento da escolaridade.

A arte estimula também as crianças e jovens a superarem seus problemas de timidez, insegurança, dificuldade de relacionamento social e é conhecida a importância que tem no tratamento de pessoas mentalmente prejudicadas.

A inegável importância do cérebro no processo de aprendizagem tem levado muitos educadores e psicopedagogos a buscarem nas contribuições da Neurociência uma maior compreensão do processo de aprendizagem e novos recursos para facilitar seu trabalho nas classes e no consultório.

Diferentes estudos neurocientíficos comprovam que a aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de modo inter-relacionado: assim, interligar as artes de modo geral, e a música mais especificamente, nas atividades pedagógicas, resulta em uma experiência que promove a cooperação simultânea do sistema visual, auditivo e tátil. A musicalização, por exemplo, favorece a cognição, a afetividade, a psicomotricidade, a comunicação e a cooperação, fatores essenciais na alfabetização.

As pesquisas de Michael Gazzaniga, um respeitado neurocientista da atualidade, objetivam descobrir como a arte influencia a cognição das crianças. Através de técnicas de imageamento cerebral, em um estudo de vários anos, constatou que a observação de obras de arte gera a motivação e a atenção sustentada e ativa diversos circuitos cognitivos do cérebro.

Quando um aluno demonstrar interesse pela arte, os professores e os pais devem se recordar da importância que esta tem para a aprendizagem e se lembrarem, na medida do possível, de aproveitarem o sucesso das crianças nessas atividades em favor do seu envolvimento e desenvolvimento escolar.